Dia desses, um amigo chef de cozinha com um vasto currículo profissional recebeu um telefonema de uma provável cliente. Ela desejava fazer um orçamento para a festa de 15 anos da filha. A primeira informação a ser passada foi:
– Já vou avisando. Não tenho dinheiro para isto.
Meu amigo respondeu calmamente:
– Minha senhora, se não tem dinheiro então não faça nada. Seria decepcionante para sua filha ter cajuzinhos e enroladinhos de salsicha numa data tão importante.
Alguns empresários adoram chorar e barganhar preço. Possuem três carros top de linha na garagem, pagos pelo preço de tabela da concessionária, mas se recusam a pagar pelo que não conhecem direito, como comunicação.
Vivemos num momento em que um computador passou a ser símbolo de conhecimento, profissionalismo. Todos sabem escrever, tem uma opinião a dar (maldito Facebook que o diga) e todos sabem desenhar e fazer um logotipo. Poucos empresários têm a maturidade de escolher um profissional sério para trabalhar o branding de sua empresa. Branding é a gestão da marca, é torná-la mais conhecida, desejada e conectada com seus consumidores. É criar uma conexão com o consumidor. E, é necessário muito mais do que um mero computador para isto. É necessário talento!
Para muitos, talento é a tal inspiração divina que desce quando bem entende e baixa como uma entidade no profissional de comunicação. Sinto desconstruir esta imagem espiritual, mas não é nada disso. Talento é uma construção, um investimento diário no conhecimento e na informação. É mais do que um diploma universitário conquistado numa universidade privada ou federal. O diploma já conta como um investimento financeiro do profissional de comunicação, mas a coisa vai além.
Lembro quando os redatores e diretores de arte compravam livros importados de publicidade, caríssimos à época, para se manterem atualizados com o que estava sendo feito pelas grandes marcas nos outros países. Hoje, isto foi substituído por sites, pagos evidentemente. O profissional sério viaja, vai ver in loco o que os mega profissionais estão ditando, como a comunicação nestes lugares afeta o dia a dia dos consumidores, frequentam museus e exposições de arte para beber um pouco de História e contemporaneidade da criação. Devoram livros, revistas, filmes (o que implica em mais custos) para formar o indispensável para qualquer bom artífice: a bagagem intelectual.
Investir num bom profissional é investir na sua marca, no seu negócio. Da próxima vez que precisar contratar um, pese bem o que vale mais para sua empresa. E leve em conta tudo que foi dito quando receber um orçamento. Boas ideias não crescem em árvores.