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A sustentabilidade e o verde estão no DNA da construtora AMX Property, que completou dez anos em 2020, porém seus sócios possuem mais de duas décadas de experiência em gestão e execução de obras no RS  

Idealizado em cima do conceito de bosque vertical urbano, nasce o Z800, empreendimento residencial da construtora gaúcha AMX Property, que leva a assinatura da arquiteta Duda Kopper, acreditada, desde 2008, com o Leed Green Associate – reconhecimento que busca incentivar e acelerar a adoção de práticas de construção sustentável. Localizado na rua Tito Lívio Zambecari, 800, no bairro Mont´Serrat, em Porto Alegre, o prédio contará com características genuínas da cartilha dos edifícios verdes, ideologia que rege o Green Building, e que significa pensar em um projeto mais amigável à comunidade, em todas suas etapas.

E um dos primeiros quesitos dentro dessa filosofia que irá basear a construção do Z800 e que será adotado na fase de construção do empreendimento, é não utilizar escavação que danifique o subsolo natural do terreno, fazendo uso somente da fundação, com a obra partindo do nível da rua. A iniciativa, que tem ligação direta com a preservação do microclima, do ambiente e da permeabilidade da área, busca preservar as características do espaço, além de diminuir o impacto na vizinhança. Tanto com relação a algum dano estrutural que a escavação possa vir a causar no entorno, como no barulho para quem mora ao redor.

Entre outras características dos empreendimentos pensados de acordo com a cartilha dos prédios verdes e que também será contemplada no Z800 está a priorização do bem-estar de quem vai residir no edifício. Neste sentido, serão preconizados iluminação natural e ventilação também natural e cruzada dos ambientes, não existindo, por exemplo, banheiros enclausurados, pois todos terão janela para rua. Duda ressaltou também a introdução neste projeto da técnica chamada design biofílico, que vem para conseguir reconectar os seres humanos em espaços menores, mesmo no meio urbano, a elementos da natureza.

Neste sentido, o Z800 terá a madeira como um dos materiais muito utilizados na fachada e internamente, fora outros detalhes que trazem o aspecto da madeira, sem ser natural, porém com baixa necessidade de manutenção para o futuro da edificação. Além dos revestimentos internos, que remetem a pedras naturais, e o verde, que se fará presente nas paredes e telhado do prédio, bem como em floreiras.

“Tudo que trouxemos para o projeto do Z800 tem a ver com o uso do design biofílico. É o resgate a essa ligação com recursos e processos próprios da natureza, interferindo diretamente na saúde, bem-estar e produtividade do ocupante. E ainda do que se chama de ritmo circadiano humano, ou seja, o que o relógio biológico das pessoas vive em um dia”, explica ela.

Duda é enfática ao dizer que quando um edifício é implantado na cidade, existe uma responsabilidade muito grande, pois esta obra é deixada para o mundo. “Nós morreremos e o prédio continuará ali, tendo as futuras gerações que lidar com o empreendimento construído. Então, quanto mais projetarmos pensando no futuro, menos peso deixaremos para essas gerações que virão, em relação ao ambiente construído”, afirma.

O empreendimento vai dispor de 130m2 de telhado verde, totalmente revestido por plantas naturais nativas bem adaptadas, e que servirá também como um reservatório d’água, garantindo, desta forma, a hidratação dessa vegetação em períodos de estiagem, por exemplo. Já se a duração da seca se prolongar, e havendo previamente um consumo total desses reservatórios, existe um sistema de irrigação, completamente computadorizado. Porém, só entrará em ação nesses casos extremos.

Conforme ressalta Duda, o ideal é privilegiar espécies nativas adaptadas ao clima do RS para composição dos telhados verdes. Assim, serão usados muito o boldo e outras ervas medicinais, inclusive por possuírem baixo porte e vegetação perene, não exigindo manutenção alguma, além de ainda perfumarem o ar. Já nos pilares, a samambaia será protagonista, pois é uma planta que se adapta muito bem em qualquer tipo de ambiente. Ainda vale destacar que o tapume da obra vem chamando a atenção de quem transita pelo local. É todo revestido com vegetação, que além de esteticamente agradável, visa à sustentabilidade, com a reutilização das plantas na jardinagem do condomínio, a ser entregue no final do próximo ano.

Z800 – Com VGV de R$ 30 milhões, o prédio contará com 16 apartamentos, dois por andar, com esquadrias que vão do piso ao teto; três suítes, churrasqueira, área de serviço com banheiro auxiliar, lavabo e duas ou três vagas de garagem, com tamanho médio de 125 m². Também há unidades Garden, com dimensões de 168 m² e 218 m² e três suítes. De uso comum, a área nobre na cobertura terá terraço com piscina, espaço gourmet com churrasqueira e cozinha auxiliar, espaço kids, lounge externo com lareira e lavabo em todas as peças. Na parte social, também estão previstos bicicletário, com sistema de bike-sharing (compartilhamento de bicicletas), espaço fitness, e central de coletas e entregas – equipada com refrigeradores para armazenagem de produtos.

Confira, a seguir, um pouco mais sobre os conceitos sustentáveis, a partir de um bate papo que tivemos com a arquiteta Duda Kopper, que está à frente do projeto arquitetônico do Z800.

1 – Como qualificar um projeto para que se encaixe na “arquitetura sustentável”?

Com conceitos alinhados de respeito ao meio ambiente e entorno:

– Evitar escavações profundas que desequilibram o subsolo natural. Assim, teremos a qualificação do ar na edificação e imediações, garantindo ventilação natural e agregando vegetação ao entorno imediato.

– Priorizar iluminação natural com o uso de grandes janelas, o que possibilita economizar recursos naturais.

– Utilizar materiais de longa duração e baixa manutenção, que propiciam redução no consumo de energia elétrica.

– Diminuição do efeito “ilha de calor no meio urbano”, optando pela adoção de telhados verdes, ou seja, revestidos com vegetação, ou o uso de cores claras para sua cobertura.

– Respeito aos limites da infraestrutura urbana disponível. A iniciativa garante uma taxa de permeabilidade natural ao terreno, adotando, por exemplo, tanques de contenção de água pluvial).

– Elaboração de um projeto consciente da longevidade do prédio construído e do papel de sua presença no meio urbano e na vida das pessoas.

2 – Quais benefícios na relação direta à rotina do usuário ao alinhar-se arquitetura e sustentabilidade?

– Respeito ao equilíbrio do ritmo circadiano;

– Melhora na qualidade de sono, saúde e bem-estar das pessoas;

– Menor propensão a desenvolver doenças respiratórias e depressão;

– Maior produtividade e performance cognitiva;

– Incentivo para hábitos mais saudáveis.

3 – E o ritmo circadiano humano, o que é e onde entra na arquitetura sustentável?

É o que o relógio biológico das pessoas vive em um dia. Está ligado à questão de que quando os indivíduos habitam um ambiente que os proporciona conexão com a natureza, como iluminação natural, o seu relógio biológico funciona de acordo com os horários do dia. Ou seja, propicia um sono de maior qualidade quando a luz natural cessa, possibilitando também um dia mais produtivo, quando a luz natural ingressa no céu.

4 – Como explicar o design biofílico e como a técnica se insere no projeto do Z800?

Bio= vida e Filia= amor. Design biofílico é um conjunto de técnicas de projeto que buscam reconectar o homem à natureza, através do uso de recursos e ferramentas na arquitetura. Podemos citar como exemplos a utilização de vegetação ao alcance das mãos e do olhar; bem como nos acabamentos a adoção de pedras naturais e madeira e ou materiais que reproduzam o efeito de ambos.

Acho importante destacar que a OMS (Organização Mundial da Saúde), por meio de inúmeros estudos em diversos países do mundo, já tem conhecimento que o ser humano é bem mais produtivo e possui melhor qualidade de saúde, quando habita ou trabalha em ambientes que se sinta conectado com a natureza. Por isso, tudo o que foi projetado para o Z800 tem a ver com o uso do design biofílico, que é o resgate a essa ligação com recursos e processos próprios da natureza.

Imagens em perspectiva: Divulgação/AMX Property

 

 

 

 

 

 

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